A Polícia Civil de Ilhéus conseguiu desvendar o sequestro do cigano Iranildo Gama Queiroz, sequestrado no dia 8 de agosto, no bairro Iguape, zona norte de Ilhéus. Cinco integrantes da quadrilha envolvida no sequestro e desaparecimento do cigano foram presos durante operação deflagrada pela 7ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin), de Ilhéus. Outros três sequestradores já foram identificados e estão sendo procurados pela polícia.
O coordenador regional da Polícia Civil de Ilhéus, delegado Evy Paternostro, informou que o primeiro a ser preso foi o assaltante de bancos e foragido do sistema prisional Elquizedek Mascarenhas Gomes, capturado pelo Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco), na Região Metropolitana de Salvador (RMS), com um documento falso em nome de Lucas Lima Santos. Com ele, os policiais encontraram o recibo de um imóvel alugado pela quadrilha, em Ilhéus.
Localizado no bairro São Domingos, o imóvel era utilizado como base logística dos sequestradores. Ali, os policiais apreenderam objetos pessoais, documentos, munições de fuzil calibre 5,56 e uma camisa preta com o nome da Polícia Civil, semelhante à usada pelos criminosos.Elquizedek foi preso no dia 21 de agosto e, inicialmente, negou a participação no crime, mas foi delatado pela companheira, que também denunciou a participação de outro criminoso apelidado de “Léo”, posteriormente identificado como Anderson Santos Weber.
Execução
Léo confessa participação no crime e em depoimento prestado à polícia, disse que a vítima teria sido executada logo depois do pagamento de parte do resgate. Segundo uma fonte, a suspeita é de que a vítima foi esquartejada, queimada e jogada para os cachorros. Porém, a família da vítima não acredita nessa informação. Léo teve o mandado de prisão cumprido pela polícia no dia 24 de agosto. No mesmo dia, os irmãos ciganos, Pascoel e Luciano Ribeiro Dantas, foram presos em Vitória da Conquista. Na manhã de hoje (5) eles foram ouvidos na delegacia de Ilhéus.
Os irmãos também estavam com as prisões decretadas pela Justiça e, segundo a investigação coordenada pelo delegado Evy Paternostro, são apontados como os mentores do sequestro. Dois mandados de busca e apreensão também foram cumpridos em imóveis de Pascoel e Luciano, onde a policia apreendeu três pistolas calibres 380, três revólveres calibre 38 e munições, além de celulares, documentos relacionados à investigação. A polícia conseguiu identificar a agência e conta corrente onde parte do dinheiro pago pela família de Iranildo havia sido depositado por Léo, no estado do Mato Grosso. A justiça determinou o bloqueio dos valores, e Girlene Souza Nascimento foi presa, em Cuiabá, pela Polícia Civil do Mato Grosso, quando tentava sacar R$ 155 mil.
Procurados
Outros quatro envolvidos no sequestro já foram identificados e estão com mandado de prisão em aberto. São eles: Adilson Pimentel Dantas, o “Lobato”, André Luís Carvalho, o “André Goiano”, integrante do PCC, e um homem apelidado de “Ubaitaba”. André Goiano tem passagens pela polícia por assalto a banco. Está foragido do sistema prisional e, de acordo com as investigações, atuou como organizador e elo dos ciganos mandantes. Foi também o negociador dos sequestradores na exigência do resgate. Um adolescente também foi identificado, em Salvador, como participante do crime e está sendo procurado. “Outras pessoas estão sendo investigada como partícipes, pois forneceram cartões de crédito para despesas e contas correntes para movimentação de valores obtidos com o resgate pago”, explicou o delegado Evy Patesnostro.
O sequestro
Na tarde de 8 de agosto de 2017, por volta das 15h, o cigano Iranildo foi levado de um bar, no bairro Iguape, em Ilhéus, por homens fortemente armados, que chegaram em diversos veículos. O grupo trajava camisas pretas com inscrições pintadas em branco com o nome “Polícia Civil”. O grupo fugiu em direção à região da Península de Maraú e poucas horas depois a polícia conseguiu apreender três carros utilizados na ação: uma picape Fiat Toro, cor branca, um Palio, cor cinza, e um Ecosport, cor branca. A quadrilha exigiu R$ 5 milhões como pagamento para libertar a vítima e a família chegou a depositar R$ 500 mil, mas Iranildo não foi liberado. Os contatos dos sequestradores, então, foram suspensos. De acordo com depoimento de testemunhas ouvidas durante a investigação, ele foi executado pela quadrilha. A ação, batizada de Operação Marujo, conduzida pela equipe da 7ª Coorpin/Ilhéus contou com o apoio de equipes do Draco, Superintendência de Inteligência (SI/SSP), além do suporte do Ministério Público e 2ª Vara Crime, de Ilhéus.
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